segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

COLETÂNEA DE TEXTOS DO PROFESSOR WILLIAM PEREIRA

OS NOVOS RUMOS PARA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR – PROESP-BR

Por William Pereira da Silva

Os professores de educação física da rede pública têm uma enorme dificuldade de aplicar seus conhecimentos dentro da realidade das escolas.
Muitos estão perdidos e não sabem como agir diante das determinações da secretaria de educação, no que se refere às avaliações e metodologias a serem aplicadas. Determinações estas impostas pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação( LDB ) e os Parâmetros Curriculares Nacional (PCN’S).
Geralmente recebemos críticas por mostrar que no passado ( década 70-80 e inicio de 90) a Educação Física escolar funcionava.Relembramos os testes e exames que realizávamos e que todos, alunos e professores de educação física gostavam de executar, duravam de dois a três meses os exames médicos, biométricos, testes aptidão física e de aptidão motora. Toda escola era envolvida, havia uma intervenção nos horários normais de aulas com o envolvimento de todos os alunos e professores da escola. Durante o restante dos bimestres as aulas eram complementadas com recreação, jogos, exercícios físicos de ginástica, calistênia, torneios, campeonatos internos e diversas outras atividades, todos sabiam o que fazer e terminávamos o ano letivo cumprindo nossa carga horária satisfatoriamente. Tudo funcionava normal e naturalmente. A subcoordenadoria de educação Física e desporto tinham um manual com todos os exercícios físicos e instruções dos exames e testes com tabelas e modelos das fichas de todos os alunos para colocar os dados dos testes realizados. Existia um livro com a regulamentação das atividades do Professores de Educação e determinações que regulamentavam o nosso exercício profissional no estado.
Praticamente paralisada a educação física escolar tem solução para os seus problemas com um projeto lançado pelo governo através do Ministério do Esporte e turismo e a UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - Centro UFRGS de Excelência Esportivo – PROJETO ESPORTE BRASIL – PROEP-BR - Indicadores de Saúde e de Desempenho Esportivo em Crianças e Jovens. Ver site www.ufrgs.br/esef/proesp-br.
A seguir veremos a que vem a ser este projeto:
INTRODUÇÃO
A EF configura-se como disciplina escolar cuja especificidade lhe atribui responsabilidades inerentes ao desenvolvimento da cultura corporal. Entende-se por cultura corporal a competência relativa às habilidades e condicionamentos passíveis de educar crianças e jovens para a utilização adequada de seu tempo de lazer através de práticas corporais tais como o esporte, a dança, a ginástica e jogos.
É, da mesma forma, responsabilidade da EF a promoção da saúde através da educação para uma vida fisicamente ativa e esportivamente rica; desenvolver estratégias para que crianças e jovens criem o gosto pelas atividades da cultura corporal; desenvolver conhecimentos sobre as relações das práticas corporais com a saúde; proporcionar hábitos de lazer fisicamente ativos, além de desencadear alternativas para a democratização das práticas da cultura corporal em nosso país.
Desta forma o Projeto Esporte Brasil - PROESP-BR - desencadeado no espaço claramente definido da educação física escolar, tem por objetivo geral delinear o perfil somatomotor, dos hábitos de vida e dos fatores de desempenho motor em crianças e adolescentes na faixa etária entre 7 a 16 anos tendo em vista a possibilidade de constituir indicadores para a constituição de uma política de educação física e esportes para crianças e jovens no Brasil.
A relevância do projeto deve-se, entre outros fatores, pela incipiente presença de dados fidedignos relativos aos segmentos da população escolar brasileira envolvidas com as práticas de educação física e esporte escolar. Esta incipiente informação não tem permitido um adequado diagnóstico das condições das capacidades motoras e de aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho esportivo, bem como suas possíveis relações com hábitos de vida.
Em síntese, para além do Projeto Brasil, trabalho pioneiro de Maurício Leal Rocha e sua equipe nos anos 70 e dos relevantes trabalhos de Barbanti (1983); Matsudo e col.(1992); Marques e col (1982); Böhme & Freitas (1989); Kalinowski & Kiss (1996); Guedes e Guedes (1997); Doréa (1990); Arruda (1990), Lopes (1999) entre outros; pela amplitude territorial do país que impõe diferenças culturais importantes, não se dispõe, de forma sistematizada, do conhecimento das características e do estado de crescimento da população escolar brasileira, muito menos do seu valor físico, capacidade motora, seus interesses e motivações relacionadas às práticas da cultura corporal em geral e esportiva em especial.
Nesta perspectiva, o presente projeto propõe colaborar sugerindo instrumental válido, fidedigno, de baixo custo e de muito fácil aplicação, permitindo aos professores de educação física nas inúmeras escolas de nosso Brasil utilizá-lo no sentido de estabelecer o acompanhamento de seus alunos no que se refere aos aspectos de crescimento e desenvolvimento somatomotor, aspectos nutricionais, e de aptidão física.
Por outro lado, tendo em vista a constituição de uma rede de informações e um banco de dados nacional, assessorados pelos Centros de Excelência Esportiva (CENESP) do Ministério do Esporte e do Turismo, será permitida uma fácil, rápida e competente comunicação entre a rede CENESP, as Escolas de Formação de Professores de Educação Física e a população de professores atuantes nas escolas do ensino fundamental em todo o território nacional. Dessa forma, pretende-se delinear um perfil da população escolar brasileira possibilitando a definição de subsídios para a consolidação de políticas adequadas para a área de educação física e esportes em nosso país.
Acresce ainda, na medida em que as avaliações tratam de capacidades de prestação motora no âmbito da saúde e da predisposição esportiva, o presumível alcance que o projeto reveste, quer para a educação física como disciplina curricular, quer para o próprio sistema esportivo, dado o trânsito natural e desejável dos jovens praticantes desde a escola até o clube esportivo e aos quadros competitivos mais exigentes.
O projeto é claro e explica as LINHAS DE AÇÃO, AS QUESTÕES DE PESQUISA, A BATERIA DE MEDIDAS E TESTES SOMATOMOTORES DO PROESP-BR, APLICAÇÃO DA BATERIA DE MEDIDAS E TESTES DO PROESP-BR, A ORDEM DE MEDIDAS E TESTES (Medida de massa corporal, medida de estatura, medida de envergadura, Teste “sentar e alcançar”, Teste de exercício abdominal, teste de salto em distância, teste de arremesso, teste do quadrado, teste da corrida de 20 metros, teste da barra modificado, teste dos 9 minutos ou do “vai-e-vem” ) INTRUÇÕES PARA APLICAÇÕES DA BATERIA PROESP-BR, QUADRO E TABELAS DE TODOS OS TESTES E RESULTADOS OBTIDOS, FICHAS DE REGISTROS E ENTREVISTAS, QUESTIONÁRIO DE HÁBITO DE VIDA DOS ALUNOS, ANEXO COM MODELO DE AQUECIMENTOS. Enfim é um projeto riquíssimo e pronto para ser aplicado dentro da realidade de qualquer escola do Brasil mesmo com as diferenças regionais e culturais existentes.
Educadores da educação física escolar, não esperem que as soluções estejam sempre prontas, vamos pesquisar inovar, mudar este quadro caótico e mostrar a todos que somos capazes de ter autonomia profissional e conhecimentos suficientes valorizando nossa profissão.


MALHAÇÃO CORPORAL

William Pereira da Silva
wilpersil@hotmail.com

Malhação é um termo da gíria brasileira que é fazer ginástica vigorosa visando à musculação ou emagrecimento. Geralmente malhação está ligada aos exercícios físicos de musculação em academias nos diversos aparelhos criados para tal finalidade.
Como professor de Educação Física sempre fui contra ao modismo da malhação em academias, para mim este tipo de atividades não significa propriamente saúde, ela esta mais para atletas profissionais que busca melhorar seu rendimento mesmo que para isso arrebente seu sistema muscular. Adquirir saúde para melhorar sua qualidade de vida não significa sofrer com exercícios corporais infindáveis que trazem dores por todo o corpo. Muitas vezes as pessoas por não suportarem passam no máximo três meses praticando musculação prejudicando sensivelmente sua estrutura corporal onde num futuro bem próximo sentirá os efeitos maléficos de tais ações.
As atividades naturais devem ser cultuadas por aqueles que necessitam melhorar seu desempenho físico diminuindo a incidência de doenças cardiovasculares mantendo uma atividade física regular, bem dosada, moderada e sem fins atléticos para competições.
Antes de uma interpretação errônea sobre minha concepção é bom citar que não sou contra academias, elas são necessárias e importantes naquilo para que foram criadas, apenas vejo restrições no seu uso inadequado, muitos fazem delas, principalmente jovens adolescentes um meio de estourar seus músculos para atingir uma compleição física mais avantajada não levando em considerações certas recomendações, por exemplo, um músculo não pode ser hipertrofiado antes que o esqueleto tenha crescido em todo seu potencial, o que acontece por volta dos vinte anos. (Turíbio, 1997).
Os exercícios naturais são aqueles onde utilizamos somente nosso corpo juntamente com os recursos naturais, são eles; andar, caminhar, correr, nadar, saltar, rastejar, pular, lançar, pegar, arremessar, flexionar braços, pernas, abdômen e partes do corpo, subir e descer(rampas, ladeiras, árvores, morros, cordas), agachar, apoio dos braços (Flexão e extensão braços apoiando o corpo na vertical ou na horizontal), carregar (pedras, tronco árvores, pessoas), empurrar, puxar, balançar, enfim todo movimento corporal executável nas possibilidades existentes no corpo humano respeitando seus limites. Ainda podemos utilizar recursos materiais adquiridos facilmente no nosso cotidiano como pedalar bicicleta, jogar bola nas suas diversas modalidade esportivas, atividades jogos e recreação, dançar com músicas em casa nas festas, remar nas canoas em pescarias, caçar e tudo que a imaginação possa criar para colocar seu corpo em movimento. Tudo isso ao seu dispor antes de pensar em malhar numa academia.
Algumas concepções são criadas por pessoas praticantes das atividades físicas nas trocas de informações para um melhor desempenho corporal. É preciso entender alguns fatores que não passam de mitos criados ao longo do tempo. Muita gente pensa que para conseguir resultados nas atividades físicas é necessário sentir dores musculares, ninguém precisa sentir dor para se beneficiar dos exercícios físicos, bastar praticar atividades dentro do seu limite com moderação aumentando regularmente sua intensidade ao longo do tempo, só consegue melhorar a qualidade de vida quem mantém uma atividade física regular, bem dosado, sem exageros. Para ter um bom desempenho nas atividades é preciso somente praticar cerca de 45 minutos de exercício três vezes por semana. O sedentário que pratica uma vez por semana pode estar sendo prejudicado pensado que a quantidade de exercício em pouco tempo irá melhorar seu condicionamento físico, o bom é um pouco de atividade por vários dias.
Os melhores exercícios para a saúde são chamados os exercícios aeróbicos, como caminhar, nadar e pedalar, segundo Turíbio Leite de Barros Neto, professor da Universidade Federal de São Paulo, fisiologista, autor do livro Exercício, Saúde e Desempenho Físico, correr só é recomendável para quem já tem bom condicionamento. Para a estética, levantar peso pode ser mais interessante do que andar. Mas do ponto de vista da saúde, não se deve trocar uma boa caminhada por uma aula de musculação. O melhor esporte, no entanto, é o que dá prazer à pessoa. Quem faz o que gosta beneficia o corpo e também a mente, e é isso que torna o exercício um hábito. Quando a atividade física é prazerosa, ela deixa de ser um sacrifício. As pessoas a incorporam a em sua vida e, quando deixam de faze-la, sentem falta. Essa necessidade não é apenas subjetiva: quando o exercício está dentro de uma faixa de intensidade agradável, há liberação de endorfina, um neurotransmissor que dá sensação de bem-estar ao individuo.




NEUROBICA


WILLIAM PEREIRA DA SILVA

Quando li pela primeira vez a palavra NEURÓBICA associei logo com Neurônios e Aeróbica. Creio ter sido a facilidade por ter estudado o sistema nervoso e viver ouvindo as palavras Neurônios e Aeróbica nas atividades de Educação Física. NEUROTICA é um termo novo criado para definir no meu entender os exercícios mentais associando aos exercícios físicos, porém ele vai muito mais além e é um termo que abrange atividades bastante amplas para os indivíduos em geral.
A palavra NEURÓBICA foi criada por Katz e Rubin (2000), é uma alusão deliberada ao exercício MENTAL. Afirmam esses autores que a NEURÓBICA é muito diferente de outros tipos de exercício cerebral, que em geral envolvem quebra-cabeças, palavras cruzadas, exercícios de memória e várias espécies de testes. Em vez disso, os exercícios da NEURÓBICA usam os cinco sentidos de novas maneiras, a fim de aumentar o impulso natural do cérebro para formar associações entre diferentes tipos de informações.
Assim como as formas ideais de exercício físico enfatizam o uso de muitos grupos musculares diferentes para aumentar a coordenação e flexibilidade, os exercícios cerebrais ideais envolvem a ativação de muitas áreas diferentes do cérebro, de novas maneiras, para ampliar o alcance da ação mental. Por exemplo, um exercício como a natação torna o corpo mais apto em geral, capaz de fazer qualquer exercício. Da mesma forma, a neuróbica – e lembre-se que o xadrez é um exercício neuróbico – torna o cérebro mais ágil e flexível. Assim, pode-se assumir qualquer desafio mental, seja de memória, desempenho de tarefa ou criatividade. Isso acontece porque a neuróbica usa um método baseado na maneira como o cérebro funciona, não apenas em como fazer o cérebro funcionar.
Para todos entender melhor o que vem a ser AS ATIVIDADES NEUROBICAS veja a relação de alguns exercícios neuróbicos dos muitos que existem:
Em seu livro, Katz e Rubin (2000) listam 83 exercícios neuróbicos, dos quais alguns são aqui citados como exemplo:
Þ Mude a associação olfativa pela manhã com alguma coisa diferente do café fresco, durante uma semana: baunilha, limão, hortelã ou alecrim.
Þ No chuveiro, feche os olhos e encontre os objetos necessários pelo tato.
Þ Escove os dentes com a outra mão.
Þ Leia em voz alta com o parceiro. Alternem os papéis de leitor e ouvinte.
Þ Siga por um percurso diferente para o trabalho (procurando captar sons, odores, cores, formas).
Þ Use odores para formar uma associação específica com um lugar.
Þ Use uma essência aromática de seu gosto e ouça ao mesmo tempo uma canção predileta.
Þ Em sua sala de trabalho, mude as coisas de lugar para reativar as redes de aprendizado espacial. Lembre-se de que a rotina embota o cérebro (grifo nosso).
Þ Ponha filtros ópticos de cores diferentes na lâmpada de sua mesa.
Þ Associe aromas às tarefas.
Þ Aprenda Braille.
Þ Jogue xadrez (grifo nosso). (Aqui os autores relatam o caso de um escritório onde foi colocado um tabuleiro de xadrez ao lado do bebedouro. Qualquer empregado, durante uma pausa, podia ir até o tabuleiro, avaliar a situação e fazer um movimento. Era um jogo permanente, sem jogadores conhecidos, sem vencedores ou ganhadores).
Þ Visite uma feira-livre.
Þ Faça das refeições um acontecimento social (sem rádio, nem TV, com todos assentados à mesa, talvez antecedidas por uma oração).
Þ Troque de lugar nas refeições.
Þ Uma vez por mês, experimente pratos que sejam uma total novidade para você.
Þ Conheça novos lugares, novos rostos.
Þ Aprenda a linguagem dos sinais.
Þ Inicie um novo hobby (pesca, aeromodelismo, computador, instrumento musical, prancha de windsurf, etc.)
Þ Cultive um jardim.
Þ Seja criativo, participando de uma oficina de criação (redação, pintura, fotografia, escultura, música, arte dramática, arqueologia, etc.) ou de centro esportivo (tênis, natação, golfe, mergulho submarino, basquete, futebol, montanhismo, etc.) ou faça uma curso de culinária.
Percebe que estes exercícios visam estimular e criar novas redes de conhecimentos dentro do cérebro evitando o comodismo que é acostumado a impor a nossas ações. É a busca do novo, a ampliação das ações corporais sensitivas, táteis, auditivas, gustativa e visual melhorando consideravelmente nosso estilo de vida e nossos pensamentos juntamente com as atividades físicas.
Fonte de pesquisa;
XADREZ: EXERCÍCIO NEURÓBICO E UM INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA – Monografia apresentada à Escola Superior de Educação Física de Muzambinho – MG pelo aluno Vinicius Vignoli como requisito à obtenção do título de Licenciatura Plena em educação Física tendo como orientador Professor Ms. Marcos Navarro Milliozzi.

A EDUCAÇÃO FÍSICA, OS MOVIMENTOS E SEUS BENEFÍCIOS.

William Pereira da Silva
wilpersil2003@yahoo.com.br

Os movimentos corporais estão presentes na vida mesmo antes do nascimento, eles são parte integrante do nosso ser, da mesma forma que precisamos do alimento, da água, de carinho, amor e afeto, necessitamos dos movimentos para nossa sobrevivência. A criança utiliza os movimentos para suprir suas necessidades básicas e é através deles que medimos o progresso da criança. Na idade pré-escolar a criança é um ser dinâmico, cheio de indagações espontâneas e com múltiplas habilidades físicas, sua habilidade motora é utilizada para a expansão do seu desenvolvimento global. Os movimentos possibilitam uma maior proximidade com o mundo da criança, melhora a condição física e de saúde, ajudam a desenvolver os comportamento cognitivo e afetivo-social. A imagem corporal, a auto-estima, o conceito que ele terá sobre seu corpo será dado em maior parte pelos movimentos. Do zero aos sete anos toda educação da criança é feita através dos movimentos, ela tem necessidade de exercitar os músculos, reforças a estrutura óssea, desenvolver os pulmões, enriquecer o sangue, harmonizar as conexões nervosas... o exercício através dos movimentos é para criança tão indispensável quanto à alimentação. Daí podem sentir a importância que a EDUCAÇÃO FÍSICA tem como disciplina e o que ela de trás benefícios para o desenvolvimento das crianças e do ser humano em geral.
É inconcebível a forma como a Educação Física é tratada nas escolas públicas e em muitas escolas particulares, não é dada a devida importância que ela tem por trabalhar a corporeidade através dos movimentos, pouco, muito pouco é investido em recursos humanos e financeiros para o desenvolvimento pleno das atividades da EDUCAÇÃO FÍSICA. Existe uma política errada de incentivar somente as modalidades esportivas e esquecer a grande maioria dos alunos que necessitam dos movimentos através da dança, artes marciais, ginástica, natação, caminhada, corridas, jogos e recreação. Quando trabalhamos somente as modalidades esportivas estamos fazendo uma grande exclusão da maioria que não tem habilidades motoras e é essa maioria que realmente necessita das atividades físicas para seu desenvolvimento global.
Os benefícios que a EDUCAÇÃO FÍSICA trás através dos movimentos são numerosos e podemos ver que eles atuam nos comportamentos humanos sejam ele cognitivo (operações mentais), o afetivo-social (sentimento e as emoções) e o principal o comportamento motor (fazem parte todos os movimentos). Em seguida veremos todos os benefícios que os movimentos trazem para os diversos sistemas que compões o corpo humano seja ela criança, jovem ou adulta.
No sistema muscular os movimentos dão aos músculos mais força, agilidade, flexibilidade, resistência, elasticidade, coordenação motora, equilíbrio e alongamentos. No sistema Nervoso harmoniza as conexões nervosas dando mais relaxamento, evitando o stress, a fadiga, a ansiedade e a depressão promovendo hábitos salutares de alimentação e higiene. No sistema circulatório tem a diminuição da freqüência cardíaca em repouso ou em movimento, o aumento das cavidades do coração com maior volume de ejeção de sangue nas veias e artérias evitando entupimentos e possíveis infartos. No sistema respiratório o aumento na capacidade da respiração levando maior volume de ar aos pulmões e conseqüentemente oxigênio mais puro para o sangue alimentando melhor as células e todo organismo, fortalecimento dos alvéolos evitando doenças e como terapia em várias doenças cardiorespiratórias e maior capacidade aeróbica No sistema esquelético reforça toda estrutura óssea evitando no futuro a osteoporose.
Muitos são os benefícios que os movimentos trazem para um melhor desenvolvimento e desempenho do nosso corpo como os tratamentos na fisioterapia em recuperação de movimentos perdidos, na gravidez os movimentos adequados ajudam a mulher a ter melhor desempenho no parto, além de fortalecer as paredes abdominais dando maior rigidez evitando a chamada "barriga d'água", melhora o desempenho sexual, o cérebro passa a ter maior irrigação melhorando os pensamentos, a pratica da ginástica, dança, natação... diminui o interesse aos vícios das drogas e do álcool, melhora a estética do corpo, dando maior rigidez à pele, seios, nádegas, melhorando o tônus muscular. Com a pratica dos exercícios físicos teremos um coração mais vigoroso, artérias livres de gorduras, articulações azeitadas, níveis de açúcar normais, equilíbrio hormonal, sono mais tranqüilo, pressão normal, bom humor, postura correta, melhora da auto-estima, mais fôlego, as mulheres passam a ter mais alívio da TPM, mamas protegidas contra câncer, os homens a próstata mais protegida, os dois passam a ter mais entusiasmo no sexo, memória mais afiada, ossos mais forte e sistema imunológico reforçados.
Temos de ter em mente que a modernidade com toda sua tecnologia significou um retrocesso para os movimentos corporais e que o sedentarismo potencializa as ameaças de saúde para o ser humano. Na revista veja de dezembro, 2003, diz que a inatividade física está relacionada a 35% das doenças cardiovasculares fatais, a 35% dos óbitos por diabetes e a 32% das mortes por câncer de cólon. Cerca de Dois milhões de pessoas morrem por ano, no mundo todo, em decorrência do sedentarismo.
É hora dos poderes públicos atentar para fazer valer a lei e colocar para funcionar A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, conscientizando diretores, supervisores, orientadores, coordenadores, professores em geral, que precisam pesquisar, estudar, compreender que a disciplina educação física é importante e deve ter destaque com mais investimentos, espaço e material dentro do contexto escolar valorizando mais os professores de EDUCAÇÃO FÍSICA.
O CORPO HUMANO É UMA MÁQUINA PROGRAMADA PARA O MOVIMENTO. MUITO MOVIMENTO. O CORPO HUMANO, DEFINITIVAMENTE, NÃO FOI PROGRAMADO PARA FICAR PARADO.

AULA PRÁTICA - SAÚDE E ATIVIDADE FÍSICA - FISIOLOGIA/SISTEMA RESPIRATÓRIO E CIRCULATÓRIO

Saúde e atividade física
Bloco de Conteúdo
Ciências Naturais
Conteúdo
Hábitos Saudáveis
Conteúdo
Hábitos Saudáveis

Introdução

Nunca se falou nem se soube tanto sobre saúde como na atualidade. Só que, muitas vezes, as informações são contraditórias ou incompreensíveis. Por um lado, temos uma indústria do alimento que vem lucrando como nunca; do outro, a indústria da beleza, também faturando. O que é verdade? O que de fato é saudável?

Para discutir a questão da saúde, pode ser bastante interessante entender o funcionamento de parte do nosso corpo. A maioria dos livros didáticos tem uma tendência a abordar o corpo humano por sistemas, isto é, apresenta o corpo em pedaços. É fundamental mostrar ao aluno que os sistemas são divididos apenas por uma questão de facilidade didática, mas que funcionam em conjunto, como uma unidade. Juntamente com o professor de Educação Física, leve seus alunos a observar as variações do organismo em situações diferentes e, a partir dos dados coletados, a levantar hipóteses para explicar as observações.

Objetivos
Ser uma pessoa crítica em relação às informações veiculadas na mídia e em relação às escolhas pessoais sobre saúde é um objetivo importante e nobre, mas esse é apenas o primeiro passo para uma compreensão ampla do tema. A coleta e o tratamento de dados (construção de tabelas e gráficos) são habilidades bastante importantes e desejadas para a melhor compreensão do funcionamento das Ciências da Natureza, assim como o levantamento de hipóteses. Mais diretamente, o objetivo desta atividade é entender o funcionamento de alguns sistemas e como eles interagem entre si em situações conhecidas do aluno.

Conteúdo
Fisiologia humana/ Sistemas respiratório e circulatório

Ano
8º e 9º

Tempo estimado
Duas aulas para a coleta de dados e mais duas para as discussões

Material necessário
A situação ideal exigiria um espaço amplo para a prática de atividades físicas, colchonetes, e cronômetros. Mas algumas adaptações podem ser feitas visando realizar as atividades na própria sala de aula.

Os professores de Educação Física conhecem muito bem os procedimentos para medidas de freqüência cardíaca e a organização e a escolha de atividades físicas mais adequadas para cada objetivo. Apesar das sugestões desta aula, uma boa conversa entre as áreas para planejar as atividades enriquecerá em muito a coleta de dados .

Desenvolvimento
Medindo a freqüência cardíaca de repouso: Peça aos alunos que identifiquem em que parte do corpo conseguem perceber seus batimentos cardíacos (têmporas, pescoço, pulso ou peito) e que procurem uma posição confortável, de preferência deitados sobre um colchonete. Em seguida, instrua-os a contar os batimentos durante 10 segundos (pode ser feito em conjunto, com o professor cronometrando, ou em duplas, sendo que um aluno cronometra enquanto o outro fica em repouso e depois trocam de papéis) e calcular os dados para o período de um minuto (basta multiplicar por seis). Esse procedimento será repetido mais duas vezes, para que se determine o valor da freqüência média de repouso de cada aluno.

Atividades físicas
Os alunos deverão ser submetidos a diferentes atividades físicas após as quais farão contagens das freqüências cardíaca e respiratória. As contagens serão repetidas após um minuto e após três minutos do término da atividade física. Os valores, bem como as observações do estado geral (cansaço, vermelhidão, suor, dores musculares, tonturas) deverão ser organizados em uma grande tabela.

As sugestões de atividades físicas são: trotar durante três minutos, caminhar durante 3 minutos, fazer um tiro (uma certa distância no menor tempo possível) e uma atividade muscular, como banco sueco ou polichinelo. Nesse momento, os professores de Educação Física podem ajudar novamente, pois conhecem o desenvolvimento e a limitação dos alunos e sabem, melhor que ninguém, as condições físicas dos alunos e quais as atividades que permitirão uma coleta adequada de dados sem oferecer nenhum risco aos alunos.

Avaliação
Além de poder avaliar os conteúdos de procedimentos e atitudes, nas várias etapas, o professor poderá avaliar a capacidade dos alunos de coletar e de organizar dados experimentais, a habilidade de interpretá-los e de relacioná-los e, por fim, de argumentar, uma vez que todos deverão propor explicações para as variações encontradas. Espera-se que as atividades de grande esforço em curto espaço de tempo (tiro, polichinelo) e esforço mediano durante algum tempo (correr) aumentem as freqüências, que deverão apresentar valores mais baixos conforme cessa a necessidade de energia, isto é, após o encerramento da atividade física. Baseando-se nesses resultados, as hipóteses para explicar essas variações devem ser defendidas. Será interessante trabalhar em duplas, com um cronometrando e o outro se exercitando, e depois inverter os papéis; além disso, as trocas de opiniões podem enriquecer a proposta. A partir daí, podem se seguir aulas expositivas apresentando o funcionamento dos sistemas circulatório e respiratório. No final, peça aos alunos que confrontem seus novos conhecimentos com as hipóteses levantadas, reescrevendo, se necessário, o produto inicial.

Se não contar com um bom espaço, trabalhos musculares que possam ser feitos em pouco espaço (abdominais, flexões) são uma boa saída. Outra boa ampliação é pedir a elaboração de gráficos sobre recuperação, usando os valores obtidos (repouso, término da atividade, após um minuto, após três minutos). O mais importante é verificar se as hipóteses dos alunos relacionam as várias observações, inclusive a presença de suor e a vermelhidão, com argumentos lógicos, e se são capazes de reelaborar, se necessário, sua explicações.
Consultor: Marcos Engelstein
Mestre em Biologia, professor do Ensino Fundamental e assessor de Ciências

AQUECIMENTO DA ATIVIDADE FÍSICA

Aquecimento da Atividade Física
Autoria: Leandro Ortunes
Fonte: http://www.coladaweb.com/edfisica/aquecimento.htm

Atualmente milhões de pessoas estão descobrindo os movimentos. Para onde quer que se olhe, lá estão pessoas andando, correndo, saltando, jogando, nadando, se exercitando. O que esperam alcançar? Por que este interesse súbito pela atividade física? É simples descobrir.
Primeiramente a mídia tem muita influência neste fato, pois hoje em dia o que mais se vê por aí, são "tchutchucas" e "tigrões", ou seja, mulheres e homens correndo atrás de belas formas físicas. E em segundo lugar, existem também a questão da saúde, porque, como sabemos, aquele que pratica qualquer atividade física tem mais vigor, resistem mais as doenças e além de tudo mantêm a forma.
Antigamente, as pessoas não sofriam dos problemas de uma vida sedentária; eles precisavam trabalhar para sobreviver. Permaneciam fortes e saudáveis devido as atividades ao ar livre vigorosas e constantes: cortando lenha, cavando, cultivando o solo, plantando, caçando além de todas as demais tarefas diárias. Porém, com a Revolução Industrial, as máquinas passaram a realizar aquele trabalho que era feito à mão. À medida que as pessoas passaram a ser menos ativas, começaram a perder força e o instinto para o movimento natural.
É evidente que as máquinas tornaram a vida mais fácil, porém acarretaram uma série de problemas, como por exemplo: em vez de andarmos, dirigimos; em vez de subirmos escadas, usamos elevadores; em vez de levantarmos para desligar o televisor, usamos o controle remoto. Com esse progresso das máquinas, dos eletrodomésticos, dos controles remoto, praticamente passamos o maior tempo de nossas vidas sentados, sem atividade física nenhuma; com isso, nossos corpos tornaram-se depósitos de tensões, de músculos fracos, de gorduras localizadas. Perdemos o contato com a nossa natureza física.
Mas, agora, os tempos estão mudados. As pessoas estão tendo consciência da importância das atividades físicas no dia-a-dia. Grande parte da população brasileira estão procurando praticar uma atividade física. Seja em academias ou em clubes, por conta própria ou com um profissional, não importa. O que importa mesmo é não esquecermos que antes de qualquer atividade física, devemos fazer sempre um aquecimento seguido ou não de alongamento para que tudo isso possa acontecer sem que nos cause um lesão
O nosso corpo é o bem mais precioso que possuímos, portanto, cuidemos bem dele com todo o amor e carinho que ele merece.

A IMPORTÂNCIA DO AQUECIMENTO NA ATIVIDADE FÍSICA
O aquecimento é a primeira parte da atividade física e tem como objetivo preparar o indivíduo tanto fisiologicamente como psicologicamente para a atividade física. A realização do aquecimento visa obter o estado ideal psíquico e físico, prevenir lesões e criar alterações no organismo para suportar um treinamento, uma competição ou um lazer, onde o mais importante é o aumento da temperatura corporal.
O aumento da temperatura corporal resulta nos seguintes benefícios:
• aumento da taxa metabólica;
• aumento de fluxo sangüíneo local;
• melhoria da difusão do oxigênio disponível nos músculos;
• aumento da quantidade de oxigênio disponível nos músculos;
• aumento da velocidade de transmissão do impulso nervoso;
• diminuição do tempo de relaxamento muscular após contração;
• aumento da velocidade e da força de contração muscular;
• melhoria na coordenação;
• aumento da capacidade das articulações à suportar carga.
Alguns destes benefícios reduzem o potencial de lesões, já que possuem a capacidade de aumentar a coordenação neuromuscular, retardar a fadiga e tornar os tecidos menos suscetíveis a danos.
Pesquisas provam que a capacidade de fazer atividades físicas tendem a melhoram com o aumento da temperatura, pois reduzem as probabilidades de ocorrerem lesões. Por exemplo, uma elevação da temperatura produz uma dissociação mais rápida e completa do oxigênio da hemoglobina. A liberação do oxigênio da mioglobina, uma fonte extra de oxigênio localizada no músculo esquelético, também aumenta em temperaturas altas. Para uma determinada quantidade de exercício, é necessário menos oxigênio após o aquecimento. Em relação a célula, uma elevação na temperatura diminui a ativação de energia no qual ocorrem as importantes reações químicas metabólicas. Este índice de aceleração metabólica conduz à utilização eficiente dos substratos que são cruciais no fornecimento da energia necessária à atividade física.
As temperaturas musculares abaixo da temperatura do corpo tendem a aumentar a viscosidade muscular causando uma sensação de inércia, rigidez e fraqueza nos músculos. A contração muscular também parece ser mais rápida e com maior força quando a temperatura do músculo fica ligeiramente elevada acima da temperatura do corpo.
A sensibilidade dos receptores nervosos e a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos são afetadas pela temperatura, e, portanto, foi sugerido que as temperaturas mais altas aumentam a função do sistema nervoso. Acredita-se que a melhoria de funcionamento do sistema nervoso produzida pelo aquecimento seja especialmente benéfica aos atletas praticantes de esportes que exigem movimentos complexos de várias partes do corpo. A transmissão rápida desses sinais cinestéticos é importante quando parte do corpo estão se movimentando com celeridade, porque é essencial ao sistema nervoso central obter a retroalimentação adequada a fim de controlar os movimentos complicados que podem ocorrem em frações de segundo.
A temperatura elevada fornece estimulação para a vasodilatação que, por sua vez, resulta no aprimoramento do fluxo sangüíneo. Por exemplo, o fluxo sangüíneo para o músculo esquelético atuante pode ser aumentado, em parte devido às elevações locais de temperatura. A distribuição dos substratos necessários e a remoção dos produtos metabólicos derivados e dos músculos atuantes são dois processos fisiológicos que são aprimorados devido à vasodilatação induzida pela temperatura. Além disso, o aquecimento causa um transporte prematuro na distribuição do fluxo sangüíneo no corpo. Este transporte aumenta o fluxo relativo para as áreas relacionadas com o exercício (ex.: músculos ativos) e diminui o fluxo para as circulações não-essenciais (ex.: membros não-atuantes, vísceras, etc.).
Estes reajustes circulatórios normais relacionados com o exercício propiciam um percentual maior a ser direcionado para os leitos vasculares necessários, mas cedo do que sem o aquecimento.

No treinamento desportivo (na atividade física), a literatura especializada divide o aquecimento em duas estruturas relacionadas quanto à especificidade da modalidade, passivo, geral e específico.

O AQUECIMENTO PASSIVO
O aquecimento passivo envolve o aumento da temperatura corporal através de alguns meios externos. Por exemplo, a utilização de massagem, diatermia de ondas curtas, sacos quentes, banhos de vapor e duchas quentes são todos considerados formas de aquecimento passivo.
Este pode não ser um método prático para o atleta, porém, o desempenho físico será aprimorado (comparado à total falta de aquecimento) se as temperaturas do corpo ou dos tecidos locais estiverem suficientemente elevadas. Uma possível vantagem do aquecimento passivo é a redução da probabilidade de prejuízo no trabalho físico subsequente devido à depleção excessiva de "substratos de energia" por causa da insignificante quantidade de atividade exigida. As técnicas de aquecimento passivo podem ser usadas juntamente com outros tipos de aquecimento para prolongar os efeitos da temperatura elevada.

O AQUECIMENTO GERAL
Os principais objetivos fisiológicos do aquecimento geral são: obter um aumento da temperatura corporal, da temperatura da musculatura e a preparação do sistema cardiovascular e pulmonar para o desempenho da atividade física. Devemos elevar a temperatura corporal, pois ao atingir a temperatura ideal, as reações fisiológicas importantes para o desempenho motor ocorrem nas proporções adequadas para uma determinada atividade.
A velocidade do metabolismo aumenta em função da temperatura, aumentando 13% para cada grau de temperatura. O aumento da irrigação tecidual garante um melhor suprimento de oxigênio e substratos ao tecido.
Há ainda um aumento da atividade enzimática aeróbia e anaeróbia. Isto é, o metabolismo está aumentando, tornando as reações químicas mais rápidas e mais eficientes. O metabolismo durante uma atividade física pode subir 20 vezes durante uma corrida de longa duração (ex.: maratona) e até 200 vezes durante uma corrida de velocidade (ex.: 100 metros rasos).
O aumento da excitabilidade do sistema nervoso central (SNC) resulta em maior velocidade de reação e contração: um aumento de temperatura em 2° (dois graus) corresponde a um aumento de 20% da velocidade de contração.
No lado preventivo o aumento da temperatura resulta em uma redução da resistência elástica e da resistência do atrito, a musculatura, os ligamentos e os tendões tornam-se mais elásticos tornando-os menos suscetíveis a lesões ou rupturas. Há também modificações importantes nas articulações, devido a uma série de mecanismos, as articulações aumentam a produção de líquido sinovial (o líquido que fica dentro das articulações), tornando-as mais resistentes à pressão e a força.
Além disso tudo, o aquecimento geral provoca uma ativação nas estruturas do sistema nervoso central (SNC) e conseqüentemente uma melhora do estado de alerta e da atenção. Este estado de vigilância favorece o aprendizado técnico, a capacidade de coordenação e a precisão de movimentos.
Alguns exemplos típicos do aquecimento geral:
• pular corda;
• esteira;
• bicicleta ergométrica, etc.



O AQUECIMENTO ESPECÍFICO

O aquecimento específico distingue-se do aquecimento geral, já que se concentra nas partes neuromusculares do corpo, que serão utilizadas na atividade física subsequente e mais extenuante, ou seja, consiste em exercícios que se assemelham tecnicamente aos que serão executados na atividade posterior.
Qualquer exercício que envolva movimentos similares à prova atlética real, mas com nível de intensidade reduzido, é considerado como aquecimento específico. Por exemplo, um tenista para fazer seu aquecimento específico pode fazer rotações articulares (ombro, cotovelo, punho) e bate-bola (que deve começar em baixa intensidade e ir aumentando progressivamente).
Um aquecimento específico não está somente direcionado para a elevação da temperatura das partes do corpo (ex.: músculos, tecidos conjuntivos, etc.) diretamente envolvidas na atividade, mas também favorece um ensaio da prova que irá acontecer. Esta forma de aquecimento é especialmente útil nos desempenhos físicos que envolvem coordenação especial ou manobras habilidosas, já que a prática por si só pode auxiliar no aprimoramento da atividade. Em geral, um aquecimento específico tende a ser mais benéfico com atividade pré-desempenho do que as técnicas de aquecimento geral.
FATORES QUE INFLUENCIAM NO AQUECIMENTO

IDADE

Variação do tempo e da intensidade de acordo com a idade. Quanto mais velha é a pessoa, mais cuidadoso e gradual o aquecimento deve ser, portanto mais longo.
ESTADO DE TREINAMENTO

Quanto mais treinada é a pessoa, mais intenso deve ser seu aquecimento. Devendo ser ajustado para cada pessoa e para cada modalidade.
Nunca fazer atividades ou exercícios os quais não se está acostumado.
DISPOSIÇÃO PSÍQUICA

A falta de motivação reduz os efeitos do aquecimento.
PERÍODO DO DIA
• Pela manhã o aquecimento deve ser mais gradual e mais longo.
• Durante à tarde o aquecimento pode ser mais curto.
• Já a noite deve ter características similares ao da manhã.
MODALIDADE ESPORTIVA

Deve ser realizado de acordo com a modalidade praticada, aquecimento específico para determinada região. Neste ponto ainda devemos prestar atenção nas características individuais e do esporte.
TEMPERATURA AMBIENTE
• Em tempos quentes o aquecimento deve ser reduzido.
• Em dias frios ou chuvosos o tempo do aquecimento deve ser alongado.
MOMENTO DO AQUECIMENTO
O intervalo ideal entre o final do aquecimento e o início da atividade é de 5 a 10 minutos.

Efeito do aquecimento perdura de 20 a 30 minutos. Após 45 minutos a temperatura corporal já retomou sua temperatura de repouso.

ASPECTOS DO AQUECIMENTO NA PREVENÇÃO DA LESÃO
O aumento na temperatura do tecido produzido durante o aquecimento foi sugerido como sendo responsável pela redução de incidência e probabilidade de lesões músculo-esqueléticas. A elasticidade muscular depende da saturação sangüínea. Portanto, músculos frios com saturação sangüínea baixa estão mais suscetíveis à lesão ou danos que os músculos em temperaturas altas e concomitante saturação sangüínea mais alta.
O movimento de percurso articular também melhora em temperaturas mais altas devido ao aumento da extensibilidade dos tendões, ligamentos e outros tecidos conjuntivos. Este aspecto do aquecimento é especialmente crítico para os atletas que precisam de um determinado grau de mobilidade articular relacionada a seu esporte em particular (ex.: ginastas, corredores, etc.) e para os atletas que participam de esportes de inverno ou que se exercitam em tempo frio.
Já que a temperatura afeta a extensibilidade dos componentes corporais envolvidos na flexibilidade, é particularmente importante lembrar que as rotinas de alongamento devem ser executadas após o aquecimento a fim de se obter os melhores resultados e reduzir o potencial de risco das lesões induzidas pelo alongamento. Os danos ao tecido conjuntivo podem ocorrer se o alongamento excessivo for executado quando as temperaturas dos tecidos estão relativamente baixas.
Finalmente, mais um importante motivo para a inclusão do aquecimento antes do desempenho de altos níveis de atividade física foi demonstrado nos efeitos cardiovasculares do exercício extenuante e repentino em homens normais e assintomáticos. As respostas cardiovasculares anormais estavam evidentes quando os indivíduos executaram um exercício vigoroso sem aquecimento. Portanto, deve-se ter o cuidado especial em aquecer os atletas que estão participando de esportes que exigem qualquer tipo de atividade repentina e extenuante.
CONCLUSÃO
Qualquer pessoa que faça uma atividade física, que pratique um esporte ou algum tipo de treinamento deve fazer rotineiramente um aquecimento de acordo com seu organismo, sua idade e sua atividade. Lembrando também das probabilidades que a baixa temperatura do corpo pode causar, como lesões no músculo, no tecido conjuntivo, tendões, etc...
Dependendo do tipo de atividade física fazer o aquecimento seguido de alongamento.
Posso concluir, que nunca devemos praticar qualquer atividade física sem um aquecimento prévio. Pois, para um bom desempenho no esporte ou em qualquer outra atividade física, é necessário o aquecimento. Não existe atividade física sem o aquecimento. O aquecimento é primordial ao atleta ou à pessoa praticante.


CAMINHADA - DEZ RAZÕES PARA CAMINHAR FORTE

Caminhada - Dez Razões para Caminhar Forte


E agora? Caminhar ou correr? Qual a melhor atividade?

A princípio, qualquer pessoa iniciante numa atividade física, mesmo que pretenda um dia correr, necessariamente deverá começar o treinamento pela caminhada. Aos poucos essa caminhada passa a ficar mais vigorosa, depois intervala com pequenos trotes até correr normalmente.


Sabidamente a caminhada bem vigorosa pode até oferecer mais vantagens se comparada com uma corrida muito lenta. Vejamos:
1) Para manter um passo forte é preciso estar fazendo força o tempo todo para não perder o ritmo. Com isso se gasta mais calorias do que num trote onde o sujeito está numa situação de equilíbrio e conforto. É possível duas pessoas se deslocar lado a lado na mesma velocidade, uma trotando e a outra caminhando forte. A segunda estará ganhando mais em termos de desempenho. Além disso, a primeira estará teoricamente sofrendo mais impacto nas articulações que pode chegar a duas vezes e meia o peso corporal. Na caminhada o corpo em nenhum momento fica no ar com um pé sempre em contato com o solo.
2) Caminhando forte, durante todo o tempo o sujeito estará raciocinando rápido prevendo os possíveis desvios dos obstáculos que não são poucos. Sejam pessoas aglomeradas num ponto de ônibus, carros estacionados irregularmente, bicicletas, buracos, desníveis além das indesejáveis fezes de cachorros. Isso acaba desenvolvendo a noção espacial, a coordenação motora, a agilidade e o reflexo. Por vezes é preciso acelerar para aproveitar o sinal que vai fechar ou atravessar uma rua nas brechas longas entre um carro e outro. Essa previsão permanente é mais ou menos o que faz um motorista na chamada direção defensiva.


3) O ganho numa caminhada dessas pode ser ainda maior se tiver a oportunidade de caminhar com uma pessoa mais rápida. Ou seja, alguém que puxe o ritmo.

4) Se você não deseja correr, mas quer melhorar o seu desempenho, existe a possibilidade de aumentar a dificuldade escolhendo percursos com ladeiras e/ou escadaria. A ladeira, e mais ainda a escada fortalecem especialmente os músculos da frente das coxas, as batatas das pernas e os dos pés. A freqüência cardíaca fica bem mais acelerada trazendo grande benefício para o sistema cardiovascular. Como se diz no popular. “O coração vem na boca”, mas ninguém morre ou passa mal por causa disso desde que mantenha um programa lento, gradual e progressivo passando por várias etapas de evolução. Além disso, um percurso pesado com ladeiras e escadas contribui e muito para o emagrecimento porque o gasto calórico é bem significativo nessas condições.


5) Outra grande vantagem da caminhada, como é a atividade mais acessível a qualquer pessoa, a possibilidade de formar grupos é maior estreitando laços de amizade.

6) Apesar de a caminhada rápida exigir um grau de atenção significativo pode-se apreciar mais os detalhes da paisagem e tudo a seu redor. O estímulo visual associado à atividade física tem a ver com a liberação de endorfinas que dão a sensação de prazer durante e após o encerramento da atividade. Isso previne a depressão e o mau humor.


7) Uma vez escolhido um bom trajeto, será sempre saudável o autodesafio procurando baixar cada vez mais o tempo para um mesmo percurso.

8) As pessoas com excesso de peso devem evitar correr ou trotar mesmo que se sintam capacitadas para isso por causa da sobrecarga nas articulações. Depois de perder alguns quilinhos a corrida será mais prazerosa. O mesmo vale para quem se recupera de lesões.


9) As caminhadas com mais de uma hora exigem os mesmos cuidados dos corredores com relação à hidratação, vestuário, tênis adequado e descanso suficiente.

10) Os benefícios valem para caminhada rápida na esteira cujos modelos mais novos têm boa velocidade e inclinação satisfatória. Um DVD pode quebrar a possível monotonia e com auxílio de um espelho corrigir a postura e a passada.
Cartas para Luiz Carlos de Moraes: lcmoraes@compuland.com.br

Dia do Professor – Não resta a menor dúvida que a mola mestra da educação é o professor que comemorou o seu dia numa quarta-feira, um feriado muito justo. Entretanto, muitos se apressam em dizer que a sociedade não os valoriza, mas uma boa parcela emendou o feriado deixando sem aulas os seus alunos cujos pais pagam a mensalidade e os seus salários. Houve casos de não haver aulas a semana toda. Como querem ser valorizados com esse exemplo?

Para refletir:
“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”. Aristóteles.
Sobre a Ética: A mentira aparentemente inofensiva multiplica-se em progressão geométrica virando, com o decorrer do tempo um hábito antiético. Moraes 2008.


________________________________________
Créditos:
Texto copyright © 2007 por Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 003529
lcmoraes@petrobras.com.br | lcmoraes@compuland.com.br
Visite www.noticiasdocorpo.com.br
Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 3529

ONZE RAZÕES PARA CORRER E MALHAR

Onze razões para correr e malhar
FONTE: http://www.copacabanarunners.net/correr-malhar.html

Parece estar em moda no mundo do Marketing apresentar razões para se fazer algo e por isso eu resolvi pegar esse “gancho” para definitivamente convencer as pessoas a praticar mais de uma atividade física e o recado vai especialmente para quem gosta só de correr ou só de “malhar”. Quem apenas “malha” sente falta de uma atividade aeróbia e quem apenas corre também sente falta de algo a mais para os músculos. Por que não fazer as duas atividades? Corrida e musculação.

Massa Muscular e Força – Sabidamente a musculação bem orientada caso a caso tem a propriedade de aumentar a força muscular e o volume dos músculos. Para quem corre especialmente visando a qualidade de vida faz toda a diferença percebida não só na corrida como nas atividades funcionais envolvendo força como, por exemplo, na ida ao supermercado. Na hora de carregar, embarcar e desembarcar as compras, quem apenas corre pode passar o maior sufoco. Aí, de que adianta ter um bom condicionamento cardiopulmonar, baixo percentual de gordura se na hora “agá” falta a força física?

Obesidade – Claro, sabidamente a corrida é uma das boas atividades físicas que contribuem para o emagrecimento e não faltam trabalhos atestando isso e exemplos de pessoas que emagreceram bastante correndo. Entretanto, um dos mitos ainda presente na população é pensar que a musculação não emagrece. Quem está envolvido em programas de emagrecimento o que vale é o balanço calórico negativo. Isso significa dizer que as calorias gastas na musculação se somam às da corrida e não importa se as duas atividades são feitas uma após outra ou em seções separadas no mesmo dia. Vale a soma das calorias gastas. Além do mais, uma pessoa com excesso de peso nem sempre pode começar a correr, mas pode começar a fazer musculação e caminhar compondo assim uma boa programação inicial de exercícios permitindo gasto calórico considerável. Um outro álibi seria considerar que uma pessoa obesa possivelmente não tenha massa muscular suficiente para suportar um programa “só” aeróbio. “Só” musculação também não seria o suficiente, daí a necessidade das duas atividades.

Muitas tabelas e números mágicos existem e também muitos métodos para se determinar o percentual de gordura corporal. Entretanto, o mais prático principalmente para o sedentário ou quem esteja começando um programa de emagrecimento, é o IMC (Índice de Massa Corpórea) cujo resultado é obtido da divisão do peso em quilos pelo quadrado da altura em metros.

De acordo com o resultado, o IMC enquadra-se em categoria diferenciada determinando os graus de obesidade, a saber: Desnutrição, abaixo de 14,5 - Abaixo do peso, até 20 – Peso normal, 20 a 24,9 – Sobrepeso, 25 a 29,9 – Obeso, de 30,0 a 39,9 – Obesidade Mórbida, de 40 em diante. Academicamente, aceita-se como normal e fora de riscos cardiovasculares um IMC de 20 a 25 e até 27 para os idosos.

Importante - Vale lembrar que essa equação não se aplica ao atleta porque, no caso, o peso nominal da balança se deve à massa muscular e não à gordura corporal. Tanto o corredor, normalmente muito magro, como o adepto só à musculação estão fora desse cálculo.

Metabolismo basal – Ainda seguindo o raciocínio do balanço calórico negativo, a musculação traz uma outra vantagem. Ao ganhar mais músculos o corpo passa a gastar mais calorias estando parado até mesmo durante o sono no chamado metabolismo basal. Quem é mais forte gasta mais calorias dormindo.

Doenças Cardiovasculares – Duplo Produto – Um dos álibis mais fortes a favor da musculação é com relação à sobrecarga cardíaca. Ao contrário do que muita gente pensa, o coração sofre menos se analisado por um dado chamado Duplo-Produto, que serve para avaliar o esforço cardíaco. Ou seja, se refere ao consumo de O² do músculo miocárdio. Os médicos chegam a esse valor multiplicando a Pressão Arterial Sistólica (aquele número maior quando a gente mede a pressão) pela Freqüência Cardíaca. Sabemos que cada exercício provoca uma reação diferente tanto na pressão arterial como na freqüência cardíaca dependendo da intensidade e duração. Nos exercícios aeróbios tanto a PAS (número maior da pressão) como a FC aumentam quase na mesma proporção e na musculação, em séries mesmo pesadas somente a PAS aumenta porque não há tempo hábil para uma resposta de aumento também da FC e isso pode ser uma vantagem para cardíacos. Um sujeito pode estar correndo numa esteira com uma velocidade confortável com pressão arterial e freqüência cardíaca normais, mas se for comparar com exercícios de musculação mais pesada com series que não ultrapassem 12 repetições o Duplo Produto na esteira será maior. Não significa também que a corrida seja nociva. Apenas prova que a musculação não é esse bicho de sete cabeças, “que aumenta a pressão”, “faz mal para o coração”, “machuca”, “dá ataque cardíaco” e coisa e tal, como alardeiam por aí. Portanto, em termos cardíacos a musculação é apenas mais segura e tem de ser bem orientada como qualquer exercício inclusive a corrida.
Flexibilidade – Engana-se quem se apressa em dizer que a musculação deixa o sujeito todo duro. Em primeiro lugar, e isso me parece lógico, somente a falta de exercício pode provocar diminuição da flexibilidade. Se não usa atrofia. Qualquer exercício, com ou sem peso, executado de maneira correta a amplitude articular fatalmente aumenta contribuindo com a melhora da flexibilidade como um todo. Além disso, a musculação aumenta a quantidade de tecido conjuntivo, tecido esse que recobre as fibras musculares e tem propriedades viscosas e elásticas. Se aplicarmos uma determinada força num músculo hipertrofiado e a mesma força for aplicada no músculo não treinado, o primeiro alonga mais. A maior prova disso são os vários trabalhos mostrando que levantadores olímpicos têm flexibilidade acima da média. Pra matar essa questão de vez. Pegue dois pedaços de elástico exatamente do mesmo tamanho, porém um grosso e um fino. Se esticar os dois ao mesmo tempo, qual deles arrebentará primeiro? Logo, um músculo hipertrofiado treinado adequadamente é mais flexível porque a força é vizinha dessa valência física. Ponto!

Osteoporose – Sabemos que os ossos são matérias vivas e não tão rígidos como parece. São formados basicamente de substâncias orgânicas e minerais responsáveis pelas propriedades de resistência, elasticidade, dureza e rigidez. Existe um processo de construção e demolição da matriz óssea respectivamente conhecido por osteoblasto e osteoclasto que define a saúde óssea por toda a vida. Se agredirmos o corpo com alimentação inadequada, fumo, estresse, sedentarismo, excesso de exercício e etc. os ossos ficam enfraquecidos podendo chegar à osteoporose. Se ao contrário nos alimentamos bem, ingerindo cálcio suficiente, controlamos o estresse e fazemos exercício adequados os ossos permanecem sadios a vida inteira. Por conta da elasticidade os exercícios de impacto, como a musculação, induzem o processo de construção do osso, tanto pela ação mecânica gerando corrente elétrica conhecida por propriedades piezo elétricas como pelo estímulo de hormônio sexuais. A corrida também é uma atividade de impacto. A diferença é que na musculação além do impacto geralmente ser gerado nas duas extremidades dos ossos podemos estimular todos eles com um programa de treinamento bem estruturado. Pesquisas mostram que fisiculturistas chegam a ter 40% mais cálcio nas vértebras lombares e corredores nas fíbulas (antigo osso perôneo situado ao lado da tíbia).
Diabetes – Já é bem estabelecido que portadores de Diabetes tanto tipo 1 ou 2, se beneficiam bastante com o exercício físico que ajuda a queimar a glicose sem a presença da insulina. Se a corrida já produz esse benefício, a musculação produz ainda mais por conta do aumento da massa muscular. É simples. Mais músculos, mais queima de glicose mesmo em metabolismo basal. Todo diabético consciente sabe controlar as suas taxas e deve medir a glicemia antes e depois do exercício. Entretanto, uma das recomendações que se faz na musculação é que se evitem pesos excessivos que obriguem bloqueio da respiração. Pesos excessivos podem gerar lixo metabólico que podem atrapalhar a absorção da glicose no músculo. Nesse caso como a musculação visa um benefício ao diabético não tem sentido exagerar.

Segurança – Por utilizar máquinas bem projetadas e pesos adequados a cada um de acordo com o desempenho, a musculação é considerada uma das atividades bastante seguras principalmente se acompanhada por profissionais habilitados. O risco de acidente é muito baixo porque só depende de seguir procedimentos corretos. Outras atividades a lesão pode depender da sorte e não apenas de procedimentos corretos.

Todas as Idades – Os estudos sobre musculação evoluíram tanto que hoje em dia é recomendada desde a adolescência até os mais idosos. O álibi que se usava contra-indicando aos adolescentes com relação ao impacto sobre as epífises dos ossos longos caiu por terra. Outras atividades tais como basquete, vôlei e a própria corrida produzem impacto muito maior sempre foram recomendadas e nunca questionadas. Na verdade a musculação na adolescência estimula o crescimento não só dos ossos como dos músculos por conta da explosão hormonal característica da idade. Nos idosos o crescimento da massa muscular e da força, o benefício mais importante é a total independência nas atividades funcionais. É bem estabelecido que o avanço da idade induz a perda de massa muscular num processo conhecido por sarcopenia significando “perda de carne” (sarx = carne, penia = perda) cuja origem pode ser multifatorial sendo a idade uma delas. Em bom português, de uma forma geral os músculos vão "secando". Ou seja, perde-se massa muscular, sendo esse processo acelerado com o sedentarismo, vida irregular, estresse e etc. Além disso, a própria corrida pode ser um fator de aceleração de perda de massa muscular na terceira idade por conta do processo conhecido por catabolismo. O idoso que corre e faz musculação desfruta de todos os benefícios da corrida sem perder músculos. Tem tudo e mais um pouquinho.

As Mulheres – O medo infundado que muitas têm quando se sugere a musculação é de ficar forte como as que vemos em revistas de fisiculturismo. As características fisiológicas dos músculos de ambos os sexos são as mesmas, mas o ganho de força, em condições normais (sem drogas) é diferente chegando ao máximo a 2/3 do homem por conta da diferença hormonal. A produção de testosterona na mulher é próxima de 1/3 do homem. As mulheres hoje precisam de mais força física nas atividades funcionais por conta da dupla jornada de trabalho que enfrentam. Além disso, a musculação associada à corrida lhes confere um corpo mais bonito com tudo no lugar e sem gordurinhas.

Aparência pessoal – Sem dúvida nenhuma a musculação melhora a aparência pessoal promovendo uma postura mais bonita e representativa interferindo diretamente na auto-estima. Vaidade dentro dos limites do bom senso não é pecado. É saúde também.

Por fim, nenhuma atividade física é completa por si só nem mesmo a natação como alardeiam alguns. O ideal é fazer mais de uma atividade respeitando o gosto individual para se tornar um hábito e que de alguma forma elas além de se completarem irão promover quebra na rotina. O corpo precisa de exercícios regulares, de trabalho prazeroso, de ocupação da mente com estudos e/ou qualquer leitura e de relaxamento também. Não fazer nada e vez em quando também é bom e qualquer pessoa de qualquer nível social pode dar um basta nessa loucura que é a vida “dita” moderna. A primeira desculpa para não fazer exercício é quase sempre: “não tenho tempo”. Preciso trabalhar para ganhar muito dinheiro, à custa de estar perdendo a saúde. Um dia vai gastar todo o dinheiro que ganhou trabalhando para tentar recuperar a saúde. Se der tempo.

A IMPORTÂNCIA DOS ALONGAMENTOS

A importância dos alongamentos

Por Patrícia Bressan Gennari.


O que é o alongamento?

Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento. O principal efeito dos alongamentos é o aumento da flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma determinada articulação. Quanto mais alongado um músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por aquele músculo e, portanto, maior sua flexibilidade.
Segundo Bruna Joaquim Carneiro, professora de educação física e nutricionista, o alongamento é uma prática fundamental para o bom funcionamento do corpo, proporcionando maior agilidade e elasticidade, além de prevenir lesões.
Essencial para o aquecimento e relaxamento dos músculos, deve ser uma atividade incorporada ao exercício físico, mas também pode ser praticado sozinho.
Qualquer pessoa pode aprender a fazer alongamentos, independentemente da idade e da flexibilidade, segundo Bruna Caneiro mesmo quem apresenta algum problema específico, como LER ou hérnia de disco também pode fazer alongamentos, mas com menos intensidade. Não é preciso grande condição física ou habilidades atléticas.
Os alongamentos podem ser feitos sempre que se sentir vontade, uma vez que relaxam o corpo e a mente.
Quando feitos de maneira adequada os alongamentos trazem os seguintes benefícios:
-reduzem as tensões musculares;
-relaxam o corpo;
-proporcionam maior consciência corporal;
-deixam os movimentos mais soltos e leves;
-previnem lesões;
-preparam o corpo para atividades físicas;
- Ativam a circulação.
No caso de estudantes eles podem ser feitos até no intervalo das aulas, o alongamento ajuda na respiração, facilitando a circulação sanguínea o que aumenta o raciocínio.
Como deve ser feito?
A respiração é fundamental: quando se respira fundo aumenta-se o relaxamento muscular. É a respiração que dá o ritmo ao exercício e por isso deve ser lenta e profunda.
Deve-se respeitar os seus limites. Forçar o alongamento pode causar lesões nos músculos e tendões. Não se preocupe em alongar até ao limite. Aos poucos você vai ganhar flexibilidade.
Regularidade e relaxamento são ingredientes obrigatórios para um bom alongamento. Aprenda a introduzi-lo em sua rotina. É possível alongar enquanto se faz outras coisas como ler ou ver TV.
Os alongamentos conseguem esse resultado por aumentarem a temperatura da musculatura e por produzirem pequenas distensões na camada de tecido conjuntivo que revestem os músculos.
Por que fazer alongamentos?
Tanto uma vida sedentária, como a prática de atividade física regular intensa, em maior ou menor grau, promovem o encurtamento das fibras musculares, com diminuição da flexibilidade. Quanto à atividade física, esportes de longa duração como corrida, ciclismo, natação, entre outros, fortalecem os músculos, mas diminuem a sua flexibilidade.
Nos dois casos, a conseqüência direta desse encurtamento de fibras é a maior propensão para o desenvolvimento de problemas em ossos e músculos. Provavelmente, a queixa mais freqüente encontrada tanto entre sedentários, como entre atletas, é a perda da flexibilidade provocando dores lombares, por encurtamento da musculatura das costas e posterior das coxas, associado a uma musculatura abdominal fraca.
Com a prática regular de alongamentos os músculos passam a suportar melhor as tensões diárias e dos esportes, prevenindo o desenvolvimento de lesões musculares.
Quando alongar?
É importante alongar adequadamente a musculatura antes e também depois de uma atividade física. Isso prepara os músculos para as exigências que virão a seguir, protegendo e melhorando o desempenho muscular. Pela sua facilidade de execução, a maioria dos alongamentos pode também ser feitos, praticamente, a qualquer hora. Ao despertar pela manhã, no trabalho, durante viagens prolongadas, no ônibus, em qualquer lugar. Sempre que for identificada alguma tensão muscular, prontamente algum tipo de alongamento pode ser empregado para trazer bem estar.
Como alongar?
Antes de tudo, é importante aprender a forma correta de executar os alongamentos, para aumentar os resultados e evitar lesões. Inicie o alongamento até sentir uma certa tensão no músculo e então relaxe um pouco, sustentando de 30 á 40 segundos, voltando novamente à posição inicial de relaxamento. Os movimentos devem ser sempre lentos e suaves.
O mesmo alongamento pode ser repetido, buscando alongar mais o músculo evitando sentir dor. Para aumentar o resultado, após cada alongamento, o músculo pode ser contraído por alguns segundos, voltando a ser alongado novamente. Bruna Carneiro ressalta que o ideal é combinar a prática do alongamento a uma atividade aeróbica, como, por exemplo, a caminhada.


Fontes consultadas:
www.emforma.com.br
Revista Saúde é vital! Estique a sua saúde. Edição de Junho/2002.
Colaboração de Bruna Joaquim Carneiro, formada em educação física pela Unesp, e em nutrição pela Universidade Sagrado Coração.

Alongamento
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Alongamento ou estiramento é a pratica de alongar os músculos em formas de exercícios físicos.
Praticar alongamento é muito comum antes e após atividades físicas ou esforços fisicos, tais como ginástica, corridas e vários esportes. Ele serve para deixar aquecidos os músculos, para a prática dessas atividades.
O alongamento, quando praticado corretamente, contribui para alinhamento de postura, diminui o risco de lesões e tensões musculares, aumenta a agilidade do indivíduo, mesmo que este já possua idade avançada.

CONTROLE SUA RESPIRAÇÃO - EXERCÍCIOS PARA RESPIRAR MELHOR

ARTIGONAL
Diretório de Artigos Gratuitos
Controle Sua Respiração - Exercícios Para Respirar Melhor
Tema De Monografia E Tcc
Publicado em: 06-01-2010


Se o oxigênio é vida, então a importância de aprender a respirar corretamente é absoluta. Os exercícios de respiração podem nos ajudar a ganhar grande vitalidade e vigor.

A falta de oxigênio nos rouba energia e leva à fadiga, perda de sono, e foco mental baixo, de modo que melhorar a sua técnica de respiração é crucial se você tiver problemas respiratórios.

Um exercício simples de respiração profunda pode nos ajudar a sentir muito melhor.

Siga estes exercícios de respiração profunda e melhore o seu consumo de oxigênio.

1. Respiração Abdominal.

A maioria das pessoas respira através do seu peito, de uma maneira incompleta e rasa.

Este exercício serve para melhorar a sua inalação abdominal, preenchendo assim as partes inferiores dos pulmões com oxigênio tão necessário. Ao colocar sua mão em seu estômago e deitado de costas, respire profundamente, expandindo sua barriga e, lentamente, solte o ar para fora.

Quando você repetir respirações profundas, notará que sua mão deve subir mais e mais, como um sintoma do aumento da sua capacidade pulmonar. Com mais prática, você deve ser capaz de aumentar o seu consumo de oxigênio com bons resultados.

2. Utilize a técnica de estiramento felino

Esta técnica de alongamento é maravilhosa para o desenvolvimento de respiração poderosa. Ajoelhado de quatro e olhando para a frente, realize uma respiração profunda e, em seguida, ao expirar de uma maneira poderosa e controlada estenda seu corpo para a frente até o queixo estiver a apenas alguns centímetros do chão, mantendo a cabeça virada para a frente em todos os momentos.

Quando você respirar novamente de maneira profunda, deve retornar à posição inicial lentamente e repita o que quiser.

3. Respiração pelos Lábios Franzidos.

De pé, mãos nos quadris, você deve olhar para cima, respirando profundamente de modo abdominal e puxando o ar só através do nariz enquanto você abaixa a cabeça. Uma vez que seus pulmões estão cheios e sua cabeça está para baixo, comprima levemente seus lábios e expire vigorosamente soprando pela boca, enquanto levanta sua cabeça até alto.

Isso pode deixá-lo um pouco tonto, mas este exercício é realmente importante para o fortalecimento dos pulmões e ensinar o hábito de respirar bem.

4. Fogo do Dragão.

Isto trabalha os músculos abdominais, o seu corpo e aumenta a capacidade pulmonar. Permanecendo relaxado, comprima os seus músculos do corpo, exceto os abdominais e respire fortemente, agora relaxe todos os músculos, comprimindo os abdominais e expire como se você estivesse tentando derrubar uma outra pessoa. A respiração Fogo do Dragão é um excelente método para todo o bem-estar.

5. Meditação Respiratória.

Para reduzir o estresse, dobre confortavelmente as mãos sobre os joelhos e inale de forma lenta e controlada. Você deve ser capaz de contar até 8 durante a inalação. Então expire lentamente enquanto faz uma contagem lenta até 8, enquanto os seus olhos permanecem fechados.

Esta calma e controlada forma de respiração relaxa e previne contra a respiração curta e acentuada de que uma leva sob a influência do estresse.

6. Vá para fora e faça exercício.

Para respirar bem nada pode substituir o bom exercício ao ar livre.

Saia para uma caminhada, correr, correr - não importa quanto tempo você começar alguma atividade física e você fazê-lo fora.

Em Conclusão

Respirar bem é uma das facetas mais importantes de uma vida saudável e ainda é, infelizmente, muitas vezes esquecido, seja pró-ativo e tome o controle de sua respiração.
Artigo aportado pela equipe de Monografias e TCC

Alessandro Silva é professor da equipe de Monografia de base para monografias e TCC Monografia e TCC Monografia pronta TCC - ajuda por monografia




PRÁTICAS CORPORAIS

Práticas corporais
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

As Práticas corporais são fenômenos que se mostram, prioritariamente, ao nível corporal e que constituem-se como manifestações culturais de caráter lúdico, tais como os jogos, as danças, as ginásticas, os esportes, as artes marciais e acrobacias, entre outras práticas sociais.
Estas manifestações são compostas por técnicas corporais, como já identificava e categorizava o antropólogo Marcel Mauss na passagem do século XIX para o século XX. É também um forma de linguagem como expressão corporal e os fenômenos acima apontados constituem o acervo daquilo que vem sendo chamado de cultura corporal.
Estas manifestações, entre outros fenômenos culturais que se expressam corporalmente, são constituintes da corporalidade humana e alguns deles, podem e vêm sendo tematizados como conteúdos da disciplina curricular Educação Física, assim como vêm se constituindo como objetos de pesquisa pelo campo acadêmico da Educação Física e das Ciências do Esporte.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

PARTE 3 - RELAÇÃO ENTRE ATIVIDADES FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA 3

Relação entre atividade física, saúde e qualidade de vida.
Notas Introdutórias
Luís Otávio Teles Assumpção, Pedro Paulo de Morais y Humberto Fontoura

http://www.efdeportes.com// Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 52 - Septiembre de 2002
3 / 3

A lógica do mercado determina o estilo de vida considerado “saudável” bem como os padrões de comportamento e os modelos de corpo que devem ser vendidos e consumidos pelas diferentes classes sociais. A questão, parece-nos, estar antes fortemente dominada por um viés ideológico do que, necessariamente, por indicadores de bem-estar e de saúde.
Os programas de promoção da saúde, em larga medida, veiculam interesses eminentemente econômicos, tendo em vista que pessoas com estilos de vida saudáveis aumentam a eficiência e a produtividade do trabalho, reduzindo o absenteísmo, o que garante às organizações o corte de gastos e a otimização de lucros.

Conclusão
A questão social faz-se presente no debate acerca da saúde. Se a desconsiderarmos, a responsabilidade pela promoção da saúde torna-se um problema de ordem individual, recaindo sobre o próprio sujeito. O indivíduo tornar-se-ia o único responsável por combater os males do mundo moderno (o sedentarismo, estresse, doenças hipocinéticas, dentre outros), transformando-se no maior culpado pelo seu desajuste em relação aos padrões de vida considerados “saudáveis” .
“Saúde” não pode ser tratada como uma variável exclusivamente biológica. Elementos sociais, políticos, culturais e econômicos estão envolvidos na discussão sobre este assunto e, obrigatoriamente, devem ser considerados se o objetivo for compreender a questão de maneira mais aprofundada.
Embora a Educação Física seja, historicamente, fortemente marcada pelo viés biológico, a contribuição das Ciências Humanas não pode ser desprezada uma vez que amplia a percepção do estudioso e aponta para um novo campo de pesquisa e de intervenção.

Bibliografia
• ASSUMPÇÃO, Francisco B., KUCZYNSKI, Evelyn, SPROVIERI, Maria Helena, et al. Escala de Avaliação de Qualidade de Vida. Arquivo Neuropsiquiatria , v. 58, n.1,março, 2000.
• BARBANTI, Valdir. Aptidão Física e Saúde. Revista Festur , Curitiba, v. 3, n.1, p. 5-8, 1991.
• BÖHME, Maria Tereza Silveira. Aptidão Física: importância e relações com a Educação Física. Revista Mineira de Educação Física, Viçosa, v.2, n.1, p. 17-25, 1994.
• CARVALHO, Teles, NOBREGA, Antônio Cláudio Lucas, LAZZOLI, José Kawazoe et al. Sociedade Brasileira De Medicina Do Esporte- Posição Oficial : Atividade Física e Saúde. Jornal de Medicina do Exercício. p. 3-4, jan/fev/mar/ 1999.
• CARVALHO, Yara Maria. Atividade física e saúde: onde está e quem é o “sujeito” da relação?. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, v.22, n. 2, janeiro 2001
• CASPERSEN, Carl J., POWELL, Kenneth E., CHRISTERSON, Gregory M. Physical Activity, Exercise and Physical Fitness: Definitions and Distinctions for Health-Related Research. Public Health Reports. v.100, n. 2, p.126-131, 1985.
• DANTAS, E. H. M. Atividade física, prazer e qualidade de vida. Revista Mineira de Educação Física. Viçosa, v.7, n.1, p. 5-13, 1999.
• DICIONÁRIO DE CIENCIAS SOCIAIS. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas
• FECHIO, Juliane Jellmayer, CORONA, Emerson, FECHIO, Cristiane Jellmayer et al. Influência da atividade física para portadores do vírus HIV. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v.3, n. 4, p.43-56, 1998.
• FEDERATION INTERNATIONALE D’EDUCATION PHYSIQUE - FIEP. Congresso Mundial de Educação Física Desporto e Recreação - Manifesto Mundial de Educação Física FIEP 2000. Foz do Iguaçu, BR, 2000.
• FLECK, Marcelo Pio de Almeida, LEAL, Ondina Fachel, LOUZADA, Sergio et al. Desenvolvimento da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL -100). Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 21, n. 1, 1999.
• FERREIRA, Fernanda Gomes. Desenvolvimento e aplicação de um modelo de programa da qualidade para o serviço público (Dissertação de Mestrado). Florianópolis: PPGEP/UFSC, 1999.
• GENTILE, Marilena. Promoção da saúde (Extraído do site:
http://www.saude.gov.br/programas/promocao/promoc.htm )
• GUEDES, Dartagnan Pinto, GUEDES, Joana Elisabete Ribeiro Pinto. Exercício físico na promoção da saúde. Londrina: Midiograf, 1995.
• GUEDES, Dartagnan Pinto, GUEDES, Joana Elisabete Ribeiro Pinto..Atividade Física, Aptidão Física e Saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.1, n.1, p. 18-35, 1995.
• GLANER, Maria Fátima, NETO, Cândido Simões Pires, ZINN, João Luiz. Diagnóstico da aptidão Física relacionada à saúde de universitários. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v.3, n. 4, p. 35-41, 1998.
• JÚNIOR, Alfredo Faria. Educação Física , Desporto e promoção da Saúde. Revista Horizonte. v.IX, n.51, p.1-8, 1992.
• JUNIOR, Ismael Forte Freitas. Aptidão Física Relacionada à Saúde em Adultos. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.1, n.2, p. 39-48, 1995.
• KATCH, Frank I & McARDLE, William D. Nutrição, Exercício e Saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 1996.
• KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo, Editora Perspectiva. 5ª edição, 1997.
• LIMA, Deise Guadelupe. Atividade física e qualidade de vida no trabalho. In: Anais do I Congresso Centro-Oeste de Educação Física, Esporte e Lazer; Brasília, setembro de 1999.
• LOPES, Adair S., PAGANI, Mário M. Avaliação de um programa de atividade física relacionado à saúde do toxicômano. Revista KINESIS, Santa Maria, n. 15, p.45-54, 1998.
• LOPES, Fernando Joaquin Gripp, ALTERTHUM, Camila Carvalhal. Caminhar em Busca da Qualidade de Vida. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. v. 21, n. 1, p.861-866, setembro, 1999.
• LOVISOLO, Hugo. Atividade Física, Educação e Saúde. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.p. 112.
• MANIFESTO DE SÃO PAULO PARA PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NAS AMÉRICAS. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília, v.8, n.1, janeiro 2000.
• MARQUES, Antônio Teixeira, GAYA, Adroaldo. Atividade física, aptidão física e educação para a saúde: Estudos na área pedagógica em Portugal e no Brasil. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.13 n.1 p.83-102,1999.
• MATSUDO, Sandra Mahecha, MATSUDO, Victor K.R. Evidências da importância da atividade física nas doenças cardiovasculares e na saúde. Revista Diagnóstico e tratamento, v.5, n. 2, p. 10-17,2000.
• MATSUDO, Sandra Mahecha, MATSUDO, Victor K.R. Prescrição e benefícios da atividade física na terceira idade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento; v.6, n.4, p.19-30, out. 1992.
• MATSUDO, Sandra Mahecha, ARAÚJO, Timóteo Leandro, MATSUDO, Victor K.R. Nível de Atividade Física em Crianças e Adolescentes de Diferentes Regiões de Desenvolvimento. Revista da APEF. v.3, n. 4, 1998.
• MATSUDO, Sandra Mahecha, MATSUDO, Victor K.R, NETO, Turíbio Leite Barros. Efeitos Benéficos da Atividade Física na Aptidão Física e Saúde Mental Durante o Processo de Envelhecimento. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. v.5, n.2, p.60-76, 2000.
• MATSUDO, V. K. R. Vida ativa para o novo milênio. Revista Oxidologia, p.18-24, set/out,1999.
• MINAYO, Maria Cecília de Souza, HARTZ, Zulmira Maria de Araújo, BUSS, Paulo Marchiori. Qualidade de Vida e Saúde: um debate necessário. Ciência & Saúde Coletiva. v. 5, n. 1, p.7-18, 2000.
• NAHAS, Markus Vinicius, CORBIN, Charles B. Educação para Atividade Física e Saúde: Justificativa e Sugestões para Implementação nos Programas de Educação Física. Revista Brasileira de Ciência e Movimento; v.8, n.3, p.14-24. 1992.
• NAHAS, Markus Vinícius, PIRES, Mário César, WALTRICK, Ana Cristina de Araújo et al. Educação para a atividade física e saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.1 n.1 p. 57-65, 1995..
• NAHAS, Markus Vinícius. Esporte & Qualidade de Vida. Revista da APEF. v.12, n. 2, p. 61-65, 1997.
• NAHAS, Markus Vinícius. Atividade Física e Qualidade de Vida. Núcleo de Pesquisas em Atividade Física & Saúde - UFSC, s/d.
• NAHAS, Markus Vinícius. Revisão dos métodos para determinação dos níveis de atividade física habitual em diversos grupos populacionais. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.1 n.4 p. 27-37, 1996.
• NAHAS, Markus Vinícius. O pentáculo do bem-estar - base conceitual para avaliação do estilo de vida de indivíduos ou grupos. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.5 n.2, 2000.
• NETO, TURIBIO LEITE DE BARROS. Atividade Física e Qualidade de vida. In: Anais do I Congresso Centro-Oeste de Educação Física, Esporte e Lazer; Brasília, setembro de 1999.
• PALMA, Alexandre. Educação Física, corpo e saúde: uma reflexão sobre outros “modos de olhar”. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, v.22, n. 2, janeiro 2001
• PETROSKI, Carlos Elio. Efeitos de um programa de atividades físicas na terceira idade. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v.2, n. 2, p. 34-40, 1998.
• PINHEIRO, Agnes Bueno. As marmitas da pobreza: um estudo de caso com trabalhadores da construção civil (Dissertação de Mestrado), Rio de Janeiro, Escola Nacional de Saúde Pública, 1987.
• PIRES Giovani de Lorenzi, MARTIELLO Jr, Edgard, GONSALVES, Aguinaldo. Alguns Olhares sobre Aplicações do Conceito de Qualidade de Vida em Educação Física/Ciências do Esporte. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. v. 20, n. 1, p. 53-57, setembro, 1998.
• POWELL, Kenneth E., PAFFENBARGER, Ralph S. Workshop on Epidemiologic and Public Health Aspects of Physical Activity and Exercise. Public Health Reports. v.100, n. 2, p.118-126, 1985.
• RIBEIRO, Suzete Neves Pessi. Atividade Física e sua intervenção junto à depressão. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v.3, n. 4, p.73-79, 1998.
• SILVA, M. A. D. Exercício e Qualidade de Vida. In: CHORAYEB, Nabil & BARROS, Turibio. O Exercício, São Paulo, Atheneu Editora, 1999.
• ZAGO, Anderson Sarazanz, POLASTRI, Paula Fávaro, VILLAR, Rodrigo, et al. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v.5, n. 3, p.42-51, 1998.





PARTE 2 - RELAÇÃO ENTRE ATIVIDADES FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA 2

Relação entre atividade física, saúde e qualidade de vida.
Notas Introdutórias
Luís Otávio Teles Assumpção, Pedro Paulo de Morais y Humberto Fontoura

http://www.efdeportes.com// Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 52 - Septiembre de 2002
2 / 3

Diante desta complexidade, alguns autores apontam para a necessidade de se examinarem indicadores outros que superem a explicação biologicista. Neste sentido, os conceitos são reavaliados em uma perspectiva distinta. Saúde e qualidade de vida são interpretados considerando o universo social no qual encontram-se inseridos. Decorre daí a necessidade de avaliá-los na perspectiva das Ciências Sociais.

Educação física e qualidade de vida
A qualidade de vida, entendida enquanto fenômeno que se inter-relaciona com as diversas dimensões do ser humano, tem sido objeto de inúmeros estudos na comunidade científica (Minayo, 2000).
No entanto, em boa parte da literatura especializada da Educação Física e das Ciências do Esporte, onde se relacionam as variáveis atividade física e qualidade de vida, não são especificadas de forma clara as definições conceituais e operacionais relativas ao constructo “qualidade de vida”.
A falta de um consenso em torno de sua definição tem levado muitos estudiosos a empregar o termo “qualidade de vida” de forma reduzida e indiscriminada (Minayo, 2000; Pires et al.,1998), desconsiderando sua riqueza e complexidade. Geralmente, associam-no ao conceito restrito de saúde, no sentido de ausência de doenças e de bem-estar físico (Fleck et al., 1999).
Pires et al. (1998) alertam para este fato ao observarem a hegemonia da definição de qualidade de vida relacionada a fatores morfo-fisiológicos decorrentes da atividade física. Afirmam que ela é utilizada de forma difusa, resultante do conjunto de benefícios atribuídos ao exercício físico, controle do estresse e estilo de vida. Ao situarem este problema no âmbito da Educação Física, os autores sustentam que o pouco rigor conceitual corrobora com os objetivos de reduzir artificialmente suas complexidades e dificultar sua compreensão e interpretação.
A preocupação com o conceito “qualidade de vida” concorre para que, no âmbito das Ciências Humanas e Biológicas se estabeleçam parâmetros mais amplos que a mera ausência de doenças, diminuição da mortalidade ou aumento da expectativa de vida na determinação de níveis de qualidade de vida. (Fleck et al., 1999; Assumpção et al.,2000) Na busca de uma concepção mais abrangente, tem-se destacado o caráter objetivo e/ou subjetivo e multidimensional nestas definições ( Fleck et al., 1999; Assumpção et al.,2000; Minayo et al.,2000).
Neste sentido, a Organização Mundial de Saúde definiu qualidade de vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive, considerando seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (Fleck et al., 1999).
Assunção Jr. et al. (1999) afirmam que a qualidade de vida representa uma tentativa de nomear algumas características da experiência humana, sendo ele o fator central que determina a sensação subjetiva de bem-estar. Para Shin & Johnson, citados por Assunção et al. (1999), ela consiste na possessão dos recursos necessários para a satisfação das necessidades e desejos individuais, a participação em atividades que permitem o desenvolvimento pessoal, a auto-realização e a possibilidade de uma comparação satisfatória entre si mesmo e os outros.
Conforme Minayo et al (2000), qualidade de vida é uma noção eminentemente humana que aproxima-se do grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental. Pressupõe uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera como seu padrão de conforto e bem-estar. Os autores identificam o uso polissêmico em que o modo e as condições de vida inter-relacionam-se com os ideais de desenvolvimento sustentável, ecologia humana e democracia. Este conceito remete, pois, a uma relatividade cultural, pois trata-se de uma construção social e historicamente determinada, concebida segundo o grau de desenvolvimento de uma sociedade específica.
Parâmetros subjetivos (bem-estar, felicidade, amor, prazer, inserção social, liberdade, solidariedade, espiritualidade, realização pessoal) e objetivos (satisfação das necessidades básicas e das necessidades criadas pelo grau de desenvolvimento econômico e social de determinada sociedade: alimentação, acesso à água potável, habitação, trabalho, educação, saúde e lazer) se interagem dentro da cultura para constituir a noção contemporânea de qualidade de vida.

Educação Física e saúde
O discurso biologizante analisado anteriormente afirma que a atividade física melhora as condições de saúde dos indivíduos uma vez que diminui as doenças, aumenta a expectativa de vida, melhora o bem-estar, eleva a auto-estima, etc.
Embora tais pressupostos tenham respaldo científico, não estamos convencidos de que a visão estritamente biológica seja suficiente para esgotar o assunto. “Saúde” não pode ser reduzida a uma relação biológica de causa e efeito. O homem é um ser histórico e, como tal, as questões que lhe dizem respeito devem considerar tal situação. Nesta perspectiva ampliada, a questão da saúde ganha novos contornos
Estudos acerca dos efeitos do exercício físico regular sobre os indicadores de saúde tendem a realizar uma leitura unívoca. O Dicionário de Ciências Sociais (1) afirma que, desde os gregos, sabia-se que a saúde resultava de um equilíbrio entre o indivíduo e o ambiente. Teorias que prevaleceram no Ocidente a partir do século XIX, resultantes das descobertas de Pasteur e de Koch na bacteriologia, foram responsáveis por esta concepção individualista e mecânica da doença.
Pensamos que uma discussão mais adequada sobre o tema deva inserí-lo em um contexto sócio-histórico mais amplo, o qual é resultado de diferentes formas de organização social.
Diferentes perspectivas, que não se restringem à visão biologicista, buscam apreender a complexidade e as inúmeras relações envolvidas na discussão sobre a saúde.
Ela pode ser vista tanto como ausência de doença, como completo bem-estar físico-psíquico-social (no sentido da Organização Mundial da Saúde), ou capacidade de superação de dificuldades físicas, psíquicas, sociais, culturais e simbólicas ou ainda como um padrão normal de comportamento, que se oporia àquele definido como “patológico” (Questão muito bem explorada pelo sociólogo Émile Durkheim no livro As Regras do Método Sociológico, cap.2).
Marilena Gentile, por sua vez, resgata o conceito de “campo de saúde”, proposto pelo canadense Marc Lalonde, o qual propõe quatro amplos componentes, que interagem entre si: a biologia humana, o meio ambiente, o estilo de vida e a organização da atenção à saúde. Estes seriam os componentes identificados nas causas e fatores básicos de morbidade e de mortalidade.
Na década de 70, lembra Gentile, a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários da Saúde, reunida em Alma-Ata, em seu capítulo 1, reafirma que a saúde corresponde a um “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”
O Dicionário de Ciências Sociais, editado pela Fundação Getúlio Vargas, vê a saúde como a interação de vários fatores - o doente é interpretado como um “organismo total num cenário complexo” (Dicionário de Ciências Sociais, p.1100).
Este enfoque privilegia dois pontos de vista:
• como a saúde e seu oposto, a doença, são entendidas em cada cultura
• tomando como sua causa - ou do seu oposto - a relação entre o indivíduo e o ambiente
Assim como a discussão sobre a saúde envolve as dimensões biológica, social, cultural, econômica, também deve ser considerado o bem-estar mental do indivíduo. Crises decorrentes do sentimento de perda, frustração, despersonalização, alienação, anomia são elementos fundamentais no processo de construção da saúde. Devem ser considerados na análise deste assunto.
A contribuição da Antropologia também é bastante significativa neste debate. Segundo esta ciência, “todo indivíduo possui mecanismos adequados de interpretação do fenômeno da doença e da morte que visam não só a reafirmar os valores de uma dada unidade social e torná-los aceitáveis aos parentes, mas também a propor orientações para a ação curativa ou preventiva” (FGV - autor)
Houve quem mostrasse a semelhança entre a concepção infecciosa da doença causada por germes que se estabeleceu nos séculos XIX e XX e a idéia de possessão demoníaca ou penetração de espíritos em vigor na civilização ocidental durante a Idade Média e em comunidades primitivas e camponesas.
Faz pouco sentido centrar a idéia de saúde na dimensão estritamente orgânica, física ou biológica. “Saúde” não é um conceito universal, ao contrário, varia sob distintas condições sociais. Ela se refere a um processo, o qual resulta das possibilidades sociais, culturais, econômicas, políticas, por exemplo, acesso ao trabalho, aos serviços de saúde, à moradia, à alimentação, ao lazer).
Falar sobre a saúde significa perguntar sobre quem tem acesso a ela. Sua promoção está vinculada ao desenvolvimento econômico e à distribuição de renda. A incidência de doenças varia segundo a classe social, o grupo étnico, o universo urbano e rural, a constituição da família, o desempenho dos diferentes papéis sociais, os processos de socialização, a violência, as condições de trabalho.
Há uma relação bastante estreita entre as doenças e as novas necessidades introduzidas pela sociedade industrial. A dinâmica deste universo faz emergir novas questões e demandas - o discurso ecológico, a disseminação das perturbações mentais, as dificuldades de acesso aos bens e serviços, os problemas de comunicação, o aumento da competitividade, questões que direta ou indiretamente relacionam-se ao mundo da saúde. “A existência humana não mais é incorporada num universo significativo, mas resulta numa atitude instrumental reforçada e interiorizada por um sistema social baseado na funcionalidade, na eficácia, na produtividade e no lucro”. (Dicionário de Ciências Sociais, p. 1100)
Na visão de Gentile, a promoção da saúde corresponde a um processo que permite às pessoas adquirir maior controle sobre sua própria saúde e, ao mesmo tempo, procurar melhorá-la. A autora conceitua saúde como a magnitude em que um indivíduo ou grupo podem, por um lado, realizar suas aspirações e satisfazer suas necessidades e, por outro, mudar seu entorno ou enfrentá-lo. Percebe-se neste conceito a preocupação em resgatar a dimensão e articular as dimensões sociais, pessoais e físicas.
Palma (2001) cita o trabalho de Rosengren, Orth-Gomer e Wilhelmsen (p.30) o qual mostra, a partir de dados suecos, que a mortalidade é três vezes maior nos trabalhadores não-qualificados do que nos gerentes e altos funcionários. Verificaram, também, que as baixas classes ocupacionais associaram-se com a alta prevalência do fumo, baixa integração social, baixo suporte emocional e baixa capacidade de percepção da própria saúde.
Conceber a saúde de um ponto de vista divorciado das relações de poder significa incorrer em uma leitura ingênua do mundo social.
A sociedade capitalista moderna enfatiza o consumo, a competitividade e o individualismo. Cabe refletir acerca da concepção de saúde imperante nesta sociedade.
Na sociedade de consumo atual, onde o papel desempenhado pelos meios de comunicação de massa é da maior importancia, como se coloca o problema da saúde dos indivíduos? Assiste-se hoje, na televisão, nos jornais e em revistas, a uma verdadeira veneração pelo corpo esculpido, belo e sedutor. Este padrão corporal é produzido e difundido pelos veículos de comunicação. Valoriza-se a aparência, a sedução, o fascínio. “A imagem corporal resulta tanto da experiência motora, quanto, e talvez sobretudo, da sensibilidade sexual motivada pelos desejos, prazeres e sonhos” (Palma, 2001:26)
Seja como objeto, mercadoria ou força de trabalho, o corpo é moldado e aperfeiçoado, tornado apto à produção, domesticado para favorecer o aumento da produtividade (as ginásticas nos locais de trabalho sempre foram acompanhadas do discurso da saúde). As estratégias de venda do corpo, com o surgimento de novos produtos e de novas necessidades, torna-o , cada vez mais, um produto privilegiado da lógica industrial. Pensemos na formação profissional voltada para a iniciativa privada, onde proliferam as academias, os hotéis, os clubes (lembremos o personal training) os quais reproduzem incessantemente a política voltada para o consumo e para os interesses das indústrias de cosméticos, de equipamentos, de beleza, de lazer.
Palma (2001:27) afirma que embora os discursos empregados utilizem a saúde como aspecto legitimador, a utilização das diferentes técnicas de treinamento físico têm uma preocupação maior com a estética corporal. Cabe questionar se estas estratégias se desenvolvem para melhorar a qualidade da educação física ou se constituem, apenas, em estratégias de mercado. Basta um breve olhar nas dimensões assumidas pelo mercado do corpo, sob a forma de revistas, cirurgias plásticas, programas televisivos, etc.

Lecturas: Educación Física y Deportes • http://www.efdeportes.com • Año 8 • Nº 52 sigue Ü